Inspiração que vem da África do Sul

carla mayumi
4 min readOct 2, 2019

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Uma 'learning journey' na Mother City, Cape Town

Acabei de voltar da nossa imersão em Cape Town, onde estive numa viagem técnica preparatória para uma KES TREK_W. A melhor coisa é saber que daqui 45 dias voltarei para lá, dessa vez com 35 mulheres entusiasmadas com a ideia de aprender e se inspirar.

The Mother City, como a Cidade do Cabo é conhecida, é uma cidade pulsante, empreendedora e cheia de inovação, que usa tecnologia e novos modelos de negócios para resolver questões próximas de problemáticas que temos por aqui. Incrível perceber como as similaridades (as boas e as ruins) nos aproximam como países. Diferente de outros innovation hubs em países mais desenvolvidos, as soluções não são necessariamente inspiradas nas tecnologias mais avançadas, mas sim em problemas locais, reais. Daí vem a expressão leapfrog, a ideia de saltar etapas vividas em outros países. Ou seja, sem passar pelo 4G os pagamentos viraram mobile.

Em Novembro teremos uma semana para entender esse ecossistema, conhecer o que de melhor está acontecendo na África do Sul e dar um mergulho inicial no continente africano.

Aproveito nossa volta e entusiasmo para dar pequenos hints do que nossas 'SheTrekkers' vão viver em seis dias intensos (and fun!) de imersão coletiva:

Vamos conhecer Silicon Cape e Wesgro, que nos darão perspectivas da economia e desenvolvimento locais e vão nos apresentar a mentalidade startup de Cape Town e as principais tecnologias que estão colocando a cidade como o principal tech hub do continente.

Maria (parceira de vida e de KES) e eu voltamos apaixonadas por uma empresa desenvolvida por Serge Raemaekers. Você já pensou em se conectar com o pescador que fisgou o peixe que está no seu prato, num dos melhores restaurante da cidade? É isso que faz a Abalobi, ajudando uma indústria tradicional a se reinventar através da tecnologia.

Nossa visão se expande para além da Africa do Sul quando falamos com investidores/ecosystem builders como Vu Qabaka, da HYBR, que investiga startups e novas tecnologias nos países africanos.

Vamos conhecer a Sun Exchange, uma plataforma que investe em energia solar e se monetiza em bitcoin.

Curiosamente, estivemos em Cape Town na mesma semana da visita do príncipe Harry e Meghan Markle. Tanto o casal real quanto nós estivemos com a Waves for Change, uma ONG que se cuida da saúde mental de crianças que vivem em favelas e precisam de apoio para voltar a “fit in”, ter autoconfiança e se relacionar com a sociedade. Usando aulas de surf como elo emocional e a tecnologia como suporte, têm conseguido ajudar milhares de crianças nos últimos anos e se expandem para outros países do continente.

E obviamente super na pauta da viagem falarmos de women empowerment pelas lentes de investimento, liderança e empreendedorismo.

Nós com Baratang Miya, que fundou Girl Hype (projeto que ensina coding para garotas)
Waves for Change (Aviwe, linda segurando a sacola do KES)

Bom, isso é só um pedacinho, já que nosso mergulho vai passar por no mínimo 20 atividades diferentes. Mas se eu contar mais, vira spoiler :). Na volta faço um post completo.

E para finalizar…

A riqueza cultural e natural são impressionantes. São 11 línguas oficiais no país. As diferentes etnias que se encontram na cidade resultam numa variedade de idiomas, comidas, raças, religiões e mentalidades — o que torna a cidade tão diversa. A geografia da região (montanhas, vales, mar) encanta os olhos e propicia o desenvolvimento urbano ligado à agricultura (urban farming). Muita coisa acontece em um raio de poucas dezenas de quilômetros. Isso torna Cape Town uma terra produtora de vinhos, queijos, azeites e carnes, além de health products, e desperta naturalmente as pessoas para a produção e o consumo locais e sustentáveis. Muitos aprendizados nesse sentido com o Shima, amigão que fez mestrado em Sustainable Development/Food Systems (a amizade vem da educação e agora navega pela comida — somos co-autores do livro Volta ao Mundo em 13 Escolas).

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carla mayumi

Sou mulher, mãe, gaúcha, empresária, perennial. Estudiosa de comportamentos e tendências desde 2005, apaixonada por música, tricô e outras cositas más.